Nem todos os ventos me levam, nem todos me fazem ficar perdida. Só aqueles que me arrastam os cabelos para a cara nos dias em que eu me sinto inútil. De resto, todos me fazem sentir livre e sentir como se fosse levantar voo.
Os outros ventos, são os cortantes. Os que mais me afectam em dias de chuva na minha mente e em dias de trovoada no meu coração. São como agulhas e facas a trespassarem o meu corpo como se ele fosse a coisa mais fácil de perfurar. Os outros, são os sábios da vida. Os que me levantam os pés do chão e me fazem sentir a deslizar. Os sábios da vida porque eu era capaz de ficar o dia todo a ouvi-lo murmurar para mim: Não faças da tua vida um rascunho, podes não ter tempo de passá-la a limpo. Vive um dia de cada vez, mas como se fosse o último. Os sábios da vida porque correm de forma brutal à volta do meu corpo, mas mesmo assim são leves como penas. São como a vida: inesperados.
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